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quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

_Aurora.

Lusofobiamente digo que há uma curva à frente
Sem placas, codigos ou algo reluzente.
E no vai e vem de palavras sonoras digo aDeus:__ Aurora!

Tramelas, trincos, portas, celas que encerram o lado de fora.
Mas bem que poderia ser o de dentro, o mesmo que des-habito.
No afã de desabotoar-me por dentro, via desalento, santo, solo intento.

Concretizo um labirinto infindo, desprovido de teto ou piso...
Mas em qual plano quantifico a vida, a saida?
Serei eu um eterno esperma a metamorfozear-me pela boca de alguém?

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Argel.

Hoje, que não se trata mais de ser o hoje de hoje, ao lembrar-me que era, sentia fome
as avessas, e pus-me a vomitar sobre a terra.
E minha boca, jovialmente desdentada, se encontrava em meu rosto, grudada, e semelhante
a uma cratera se escancarava.
Lembrei-me então de algo acerca do qual a muito não pensava ou imaginava, e pelo qual esse mesmo hoje, me levou a uma infância inventada, onde o 'Eu' criança pensava que se a Terra a mim se dava,
seria simplesmente pela razão de que eu também pudesse alimentá-la.
E assim, nosso recip´roco caso autofágico me demonstrava sem embargo, que o verdadeiro buraco
é o solo liso e pisado.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Bartolomeu.

João Bartolomeu, logo que amanheceu, levantou e comeu.
Mas acerca desse fato, o bastante já se discorreu, ora meu.
O que mais gostarias de saber, acerca do 'João amanhecer'?

Afinal seu ser e seu levantar fora sempre um fato normal.
Acerca do qual pena alguma se pusera a planar, a falar.
Bartolomeu era nome novo, de marrano marrento, lusitano.

Havia duas ou três gerações, se instalado no Brasil.
Tornara-se baronio:__ Mas que porra é 'baronio'?
Se perguntava João, que já se acostumava.
Pois 'Bartolomeu' nada lhe significava.

terça-feira, 19 de julho de 2011

Vá de Caneca.

"Transbordo o copo a bordo, sem modos, derramo ao automóvel toda a alquimia jazida em minha bebida fria, ao ponto de ser gelada, cevada bruta, planta triturada em longos trilhos de embriagues massante."

quinta-feira, 30 de junho de 2011

Rotações.

Um botão-flor-fruto.
De tão maduro, caíra ao chão,
em debulho.
Não era a-gosto, e nem era Outubro.
Era apenas a rotação de um mundo.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Ao escurecer.


O dia fora desmerecido pela noite aludida.
Pro experimentar da lamparina, que ilumina.
De tão novinha, óleo algum lhe amaciara ainda.

Pavio sedoso, de branco brilhoso, pedia fogo.
O tempo passara, e às quatro se aproximava.
E para o fim desejoso o pavio se achegava.

Joãozim se segurava, pela escuridão esperava.
Ansioso, segurando o fósforo pelo pescoço.
Silencioso, sentado as escondidas, atrás do poço.

                                   Selva Rodrigues
 

terça-feira, 21 de junho de 2011

Renascimento.

Na vacuidade de uma estrela morta, voava Nora.
Indecente, ranzinza e teimosa, vassourava a aurora.
Sorria, e rangia os dentes na poeira cósmica, estrela mórbida.

Um dia ela encontrou o Sol, o incandescente luzeiro das gentes.
E o quis desferir vassouradas, mas o calor, a vassoura queimou.
Nora caira, e em desgosto profundo, blasfemou até o fim dos mundos.

E o Sol ser ciente, sorriu pelo que viu, e para a Lua partiu.
Mas antes de tudo, do encontro absoluto, deu luz à Terra.
E num parto sem pernas, num eclipse de esferas, Sol e Lua gerava Géia.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

De passagem.

Nas tardes ensolaradas o dia caminhava.
Nos dias de chuvaradas, as tardes se alongavam.
E nas manhas de ressaca, a noite se deitava.

Era quase o fim da espera, era um outro acordar
pra um 'talvez' recomeçar, um novamente 'despontar'.
__E assim ia Lia! Me dizia Sofia, ao crepusculo daquele dia inmemorado.

E eu, que antes a escutava, agora, para me pôr à falar, me pressionava.
E depois, de que a muito, internamente, me mormurava, a disse essas palavras:
__Vamos  nos sentar, pedir um café e continuar a prosear?

sábado, 18 de junho de 2011

Os Aconçoalhos.

As ginásticas dos panos amontoados no canto da oficina perfaziam a existência ativa de Dona Maria do Aconçoalho, uma jovem senhora que costurava para todos os que a procuravam com seus mosquetes de existências diárias, pois ali se encontrava uma agulha sempre afiada e pronta a perfazer, em linhas, o que o tempo partira.
E essa, todos diziam, era a profissão mais próxima de sua inclinação, de sua maestria em costurar a vida, pois começara a algum tempo por costurar a si mesma desde que morrerá seu fiel provedor, o sinhô Paulo Aconçoalho, oriundo das arábias e que tivera o nome refeito ao adentrar-se num leito de prosódia lusofônica, pois todos da família, da então Maria da Caixa d Água, achavam estranho o seu antigo nome, impronunciável a muita gente, algo como Al´Buriçakterà, ou algo um pouco mais estranho. O mesmo Al´Buriçakterà que morrera no dia do parto de Paulo Aconçoalho Filho, o único e derradeiro rebento dos Aconçoalhos. O mesmo fora muito bem criado por dona Maria, e logo cedo destinado a recolher as imortais aventuranças deixadas pelo velho pai como herança histórica de sua existência local, ali, nas redondezas da pacata Cercânnia, cidade inspiradora e repleta de lendas, onde viviam os Aconçoalhos.
E Filho bem sabia o ‘por que’ de ser sua mãe, a melhor costureira da região; ela fora ensinada na arte da costura pelo seu falecido pai, que aprendera de sua falecida avó paterna, e essa com um senhor persa de nome e origem desconhecida, e que havia tido existência às margens do rio Tigre, de onde não saia nem para ir ao banheiro, e era, dentre todos os que viviam ali, o melhor, um exímio criador e vendedor de bicho-da-seda, razão pela qual os mais chegados o chamavam de Seu Sedoso.
Mas a questão da inclinação de Maria era bem outra que a herança artesanal que fora repassada por via do senhor Paulo, ela lhe era, antes de tudo, um silencioso modo de passar informações ao serviço secreto, que era tão secreto que não sabemos dizer qual era realmente. Uns diziam que ela tinha um vasto conhecimento sobre cultura egípcia, o que nos levou a crer que ela era uma ramificação cultural do antigo Egito, ainda viva e a tramar os desdobramentos da cultura ocidental que muitos remetiam a Hermes Trimegisto; outros diziam ainda que dali, das linhas, ela produzia um tipo de conexão espiritual, uma conversa com seu falecido marido e toda a trama dos conhecimentos que rondavam sua arte, desde o surgimento da mesma, às beira do Tigre.
E além desses boatos, ainda se observava que dona Maria do Aconçoalho havia, na visão de alguns de seus conhecidos próximos, de Cercannia, posto algum diferencial na criação de Aconçoalho Filho, pois o mesmo era um menino muito distinto entre os demais, e, em sua face sempre se podia observar um segredo velado e, ao mesmo tempo, uma enorme satisfação em tê-lo como algo a ser guardado a sete chaves. E aquilo era demais! E suscitava uma raivosa e silenciosa curiosidade entre os de Cercannia.
Mas ele estava a aprender a arte de costurar, ou de passar códigos na visão de alguns; e, com isso, Filho também começava a entender a miraculância provocada por sua arte doméstica, e ele começava a tramar explicações por conta própria, para si apenas, pois o silenciar lhe fora muito bem ensinado por seu pai. E numa dessas tentativas de entender o velado espanto de seus conterrâneos para com seu silencioso modo de produção, ele se pôs a observar, numa de suas empreitadas explicativas, o declínio das artes privadas criadas e mantidas dentro das casas, das tendas, passando a atribuir, a isso, o enorme e crescente mercado de desejos privados sendo prematuramente difundidos em forma de imagens publicas criadas pelo simples desejo de serem públicos. E o pior de tudo isso era a aparente indústria de interesses que esse mecanismo passou a projetar nos moradores de Cercannia, ao ponto em que, os reservados Aconçoalhos passaram a ser estranhos e nocivos ao olhar público, que não os via muito, que não sabia dos meios em que se davam àquela arte de tramas.
Talvez continue...

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Mais uns pinguinhos.

" A verdade não observada, pelo seu pescoço que se virava, fora já capturada por um outro que passava"

"Num vir à luz cianes, a verdade e a mentira se fez."

"Sentei na poltrona para ler um livro sobre a historia dos sofás"

"Ao derrubar as árvores, alguém percebe que a-terra as-sombra"

Breviarios do Caderno Azul.

  VINHO ESQUISITO => (As avessas da minha carne, a minha pele se coloca, e minhas digitais, a ti tocam.
E como se deslizasse em polvilho, te sinto no extremo superior do meu vasto fosso umbilico.
Não, não pressuponho nada,e para além da minha flutuante intenção, me permanece, apenas uma cinza sensação.
E as folhas não se desdobram, a tinta, nada de novo impinge na planície árida que permanece clara.
E em um Talvez constante, que se assemelha as vias que se esquivam em esquinas, sigo qualquer minha métrica, sem definição.
E nada sobrou, sobra ou sobrará daquilo que não chegou ao meio sináptico das conjuntivas membranas cerebrais.)

BARATO=> ( Um poço sem fundo, um labirinto obtuso, absurdo, um rastejante em meio aos monstros do sub mundo. Bicho que não tem asas, que não voa, e nem se encoraja a pular os muros do labirinto, e vive a vida toda a se rastejar.)

Por fim; INSIGHT'S=> ( Descobri que algumas das mais belas poesias estão em livros, e que inúmeras outras estão soltas por ai.)
                            (A fonte da criatividade é alimentada por sólidos, líquidos, gasosos e alucinógicos.)
                           ( Num insight gritante, descobre-se o óbvio aluluiante.)

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Caldo respingado do Caderno Amarelo.

Caldo respingado do caderno Amarelo.
Hoje sou apenas um pensamento sem causa ou genealogia, nada
desejo, senão, voltar-me por inteiro ao inicio do simples desejo de pensar-me
por via do todo que a mim se configura, em imagens, sons, e texturas, de palavras
ou coisas análogas, aos ‘EU´S’, incomensuravelmente retorcidos por fantasmas,
razões de mitos, razões de momentos sempre a mudar, e a novamente se mitificar
em palavras, imagens e...

E nesse agora, que
não é mais o hoje de outrora, meus pensamentos se desbotam, num infinito que a
nada se iguala, que não se repete em idéia ou forma. Sou um talvez, e sem razão
alguma, pelo menos uma que a mim, assim se afigura, e assim se vai, esse meu
pensar, numa ininterrupta e continua curva.

No instante, é no instante que estou sempre a fugir, do que
fui para o que posso vir a ser e nada mais, nem correria ou pausa pode me
libertar da náusea que a memória ou a imaginação me causa.

Pois a pouco, estava eu deitado sobre a cama, de costas para
o chão, lendo um ruidoso livro acerca das origens do discurso democrático,
quando, de repente, o cessar do típico som de chuva mansa me retira dos olhos a
liquidez da antiga Grécia. Então, relutantemente, me percebi sem a chuva que eu
nem, ao menos, me dava por ela enquanto chuva que caía, ou fenômeno
naturalmente necessário à existência de varias coisas que comumente se chama de
natural. Mas eu a via sim, como a quem liga um aparelho que reproduz um belo
som de banda ou orquestra a tocar, e que em outro cômodo se põe a ler e a saborear,
entre livro e musica, entre dever e chuva, o sabor de seus próprios
pensamentos, e se espanta ao perceber que a musica, há algum tempo, parou.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Preleções imaginadas.

Ao escrever, não sei se me é possivel concluir com um minimo de maestria, pensar e escrever acerca de uma beleza qualquer, á qual me chega em  rimas. E ai, nessa fadiga de querer  reproduzir fenomenos em letras, (pobres caracteres, solitários e desprovidos de emoções, que de nada vale em seu ficar em solidão), e no ajuntamento delas, vou regorgitando o fenomeno que aos meus sentidos se mostraram incomunicaveis por via de algum outro modo de ajuntamentos de letras, que não as da percepção que as ajuntam rimando-as. E ai o escrever se torna uma tornearia de peças letrificas se veinculando em fluidos palavrescos de captações sensitivas, indo ao sabor de uma harmonia questionavel e admoestada pelos meus préconceitos, alguns de achar vivo coisas "mortas" e mortas, algumas coisas "vivas", e elas aceitam, pois não buscam uma ética moralista, apenas uma ética estética e invencionista.
Talvez isso continue assim por algum tempo, mas há quem pense em pontos de luzes em harmonia nas superficies, tanto do aparelho visual como dos objetos vizualizados, e que uma boa descrição provem da reemissão desses pontos de luz que adentrara antes ao cerebro...
Historias confuzas,, essas, mas o são simplesmente por serem produtos de um pensar sem ser por obrigações, sejam elas de quais tipos forem, que não as atreladas ao obrigatorio ato de pensar para ser...

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Despautério.

Minha mente, minha massa cefálica, minha vontade fálica.
Desfalida  lida de ser sina, entre paredes e esquinas,
se vai não fostes ainda, para sei lá, qual saída.

Há busca porque há ainda clausura.
Há clausura porque não se finda a busca.
Há fim porque não se encontra sozinho.

Sempre se terá algo para os vem no depois
da gente que esteve hoje a dizer adeus.
E a dança dita o som da melodia, que alguém passou e não viu.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Bucolianópolis.

Bucolianópolis.
Blém-blém-blém, e era só, o único
som pavoroso se que escutava em Bucolianópolis, no mais era úaaaa-úaaaa,
sisisisisisisisi, cri-cri-cri, au-au-auuuuu, fiu-fiufiufiufiu, onh-onh-onh,
miau-miau, téutéutéu, tititi-tititi, e às vezes sobrevoava um avião.

E assim os habitantes de Bucolianópolis campeavam os dias que iam girando e a voltar, sem muitas
cerimônias formais, mas com muitos ritos diários, pois a cada sombra se tinha uma
nova hora, para aprontar o passo seguinte e afrouxar o suor que cristalizava a pele.

No mais os outros sons eram harmônicos entoados por rodas de pau, de passos que iam e que vinham, e que fazia as permutas de prosa e cantoria que ali todos faziam por prazer, e pouco lhes importava o assunto em questão, pois toda a razão era o olhar fixo no verbo.

Alguns que ali a muito viviam, se especializavam nos rumores dos animais, uns aéreos, outros lácteos, alguns anfíbios e ainda sobravam os aquáticos, mas os mais requisitados eram sem
dúvida os que interpretavam os extra-terraquios, que em Bucolianopolis iam.

E em certa feita, numa tardezinha de ‘extra, extra!’, espalharam-se novos verbos, para os quais todos se atentaram, e o fato espalhado, fora empreendido por uma moça tartaruga que se encantara com as rugas de um bem conhecido e galante jacaré, que já contava, com essa, a sua nona “mulher”, mas que a todos se justificava por via de sempre dizer que aquele fortunio lhe advinha de sua velha couraça, sempre bem lustrada e pronta a encantar as moças esperançosas em dividirem seu couro como herança
ultima de sua libidinosa existência em Bucolianópolis.

Como Bucolianópolis era um pântano entre duas cidades humanas, numa distancia de trinta quilômetros uma da outra, os seus moradores tinham a admiração por aqueles sons que provinha do que fosse que passasse pela via dos homens, mesmo que com certo receio, eles sempre comentavam com alegria as percepções que dali lhes vinha, e logo era tudo esquecido pelo silêncio que se fazia para assuntar o novo som que surgia no de- repente de novas sombras

                                                                Selva Rodrigues








  




terça-feira, 10 de maio de 2011

ALFORISMA SELVICULAS.

"Cigarra que canta mal morre seca no pau, mas é claro que isso é fantasioso
 pois ela deixa a casca seca pra sair cantarolando acerca do sub solo no qual viveu!"

"Para nascer cantor deve-se renascer das profundezas, seja ela social, moral, psicanalitica ou da garganta mesmo."

 "Uma Libélula encontrou uma ponta de galho seca e ali pousou sua comprida bunda, e lá de cima ficou a admirar o belo lago que estava galho abaixo, e pensava que de tempo em tempo poderia ali molhar seu longo rabo de inseto esquisito, porém bonito."

"Um Tamandua foi buling-nado na escola por um lobo Guara, o lobo foi levado a secretaria a pedido da tia Largaticha, e em sua defesa o Guara disse que o Tamandua tinha algo a lhe falar, e que era para ele se aproximar, porém ao se aproximar do bendito Tamandua, o pequeno nariz que estava na ponta do grande bico aspirou Astor, a pulga que a muito era sua melhor amiga."

quinta-feira, 21 de abril de 2011

O de Lima era Limão.




João, que tinha dois pés, cortou o de Lima,
e portando apenas um, foi em
direção à casa de Lisa,onde se encontrava tia Margarida.

Ele a procurava, e ao encontrar
Lisa sorriu,estendeu a mão e a entregou um pé
de Salsão. Margarida se espantara, pois limão esperava.

E então perguntou a João, sobre o
pé de Lima João enrubesceu a face, e Lisa
saiu, assim.e Margarida insistiu defronte a face quente.

E João falou que o cortou porque
não sabia que o de limão a tia queria, e
cortou o de Lima, que pra cidade cedo partira.

sábado, 9 de abril de 2011

8 de Abril.

Soava um alarme de celular as 14:30 de um dia de Sexta-feira, era uma tarde que já nascerá contida, sob uma nublada atmosfera, porem quente e escaldante como um caldeirão que por conter agua, ao ser deitado sobre o fogo deixa escapar por suas bordas uma nuvem de vapor quente e inebriante. E continuou por alguns segundos, o irritante tinir digital de um celular que não se encontrava sob a posse daqueles que esperavam por algum ónibus do transporte publico de Cuiabá, no centro de uma lugar qualquer, no lugar onde todos os ventos se chocam e se repelem em altitudes tais que nada, ou quase nada, se resvala para dentro do caldeirão, apenas os pingos daqueles vapores que já cansados e suficientemente pesados, se entregam novamente ao plano radical do processo liquido que prefigura as regiões centrais da América equatoriana, e como habitantes esperimentados ao extremo meio do Equador, todos cochichavam acerca do pressuposto caldo que que os rumores da litosfera prometiam em ventos tais que faziam brandir as nuvens em harmónicos trovões de intervalos curtos e demarcados por relâmpagos que mais pareciam um painel de leds codificados para uma sonata tenebrosa por ser tão vivaz. E o alarme continuava, angustiando ainda mais as pessoas, redobrando os cochichos, pois nada de vir uma baleia, ou um ónibus que os resgatasse para longe daquele maldito celular que ninguém encontrava e do eminente raio que o mesmo poderia atrair para o ponto onde todos aguardavam pelo dito transporte publico. A chuva então começará a cair e com tamanho empenho que os milhares de pingos fizeram com que o timbre do alarme se ocultasse e deixa-se de ser o artigo da alarmante preocupação dos esperançosos usuários da esperança de que haveria de vir um bendito onibos que os levasse para longe do maldito ponto onde se alarmava o terrível celular atrai-dor de raios.
De repente, sem muito a se enxergar através da cortina de agua que descia céu abaixo, um dos cidadões que estava no ponto, alarmou que avistará um grande farol vindo ao longe e em direção ao ponto, ao ponto que uma da senhoras ali presente "arregassou" suas pregas vocais e deu graças a são Benedito pelo bendito onibos que vinha, e não tardou muito para que realmente um onibos chegasse até o ponto do alarme ou do 'raio vinrá'...Resolveu-se aqui não contar o resto, pois seria triste saber que o raio caiu bem na hora em que parou o ónibus, estilhaçando os corpos e o celular. Por isso preferimos interromper esse infame conto. Desculpe-nos e até algo menos trágico.

domingo, 3 de abril de 2011

Carta à Laura.

Hoje tirei a tarde para pedalar a bicicleta que deixou e fui ao campi da universidade, acompanhado de um bom livro, Sêneca, e sentei0me próximo ao R.U., onde pude ter bons momentos, lendo, ouvindo o cantar dos diversos pássaros, observá-los nos estranhos galhos daquelas figueiras que, de tão longos e finos, parecem se sustentar erectos por razão de uma milenar arte de ser paciente, de dar tempo necessário ao ajuntar de cada átomo, de cada molécula, célula por célula, num tturbilhão imensamente barulhento e silencioso, ao mesmo tempo que cresce, para aos meus olhos demasiadamente apressados para a velocidade do microscópico tempo em que aquele galho tece e um prolongar-se de tempos em troncos.
E assim, resumidamente comecei esse ano, como um flamejar consciente de si mesmo, vejo o quanto tua presença me é benéfica, em todos os sentidos, e sem esse não seríamos possível como o somos, o sentido que se apregoa em mim frente a sensação em que imprimes à meu self. Não me preocupo com possíveis infortúnios, bastar-me-ia ter estado contigo até então, e que bom que estamos juntos nessa vida bizarra, em que muitos se ocupam em correr de si mesmos.
E quanto à carta, não a mandei, mas estará à espera de uma leitora, que anda ao longe, mas enfim, os correios eletrônicos são eficazes...

quarta-feira, 30 de março de 2011

Preleções infudadas sob escuridão.

Outro pensamento solto e apartado de quaisquer amarras com os olhos daqueles que o ve, pois graças ao habito de ler algumas pessoas cultivam esse poder indizivel de curiar a mente daqueles que se prestam a escrever, e isso alimenta a curiosidade de quem, ao escrever, espera saber o que pensará um outro ao ler suas letras concatenadas em abrupta baubuciaria de idéias soltas, inseguras e a espera de lampejos, de raios silenciosos que as tire do inócuo aparelho receptor de sensações. E quão excitante, e provocante, e angustiante é a espera, a espera de saber quais as sensações que as mesmas sensações engavetadas no lodo do crânio irão provocar em uma outra poça de massa cefálica, não, tal espera é desproporcional ao empenho, balbuciante empenho de mergulhar na escuridão das sensações já mergulhadas na periferia do lodo logosófico, tudo que se consegue é progetar no que vem de fora, só restando falsear-se no presente. E vem, uma, centenas de imagens a corroer-lhê pelas retinas, pelo timpano e o todo do aparato que vibra e vira-lhê o pescoço para os mais bossais atos de idiotice, e tudo cai no fosso, se misturando a mais algumas dezenas de anos parecido, por que a idiotice é sempre tão parecida? Se almenos mudasse algo na conjuntura das ações, instintivas, racionalistas, ..., há...como seria...!
E se for ler, leia como quem observa para saber se há algum modo de tirar vantagem da situação, não desgaste o composto intelectual com algo que intelectualmente seja sem sangue, sem o eter viciante deixado pelo espirito que passa sangrando em frente sua retina, por entre seu labirinto, a lubrificar seus ouvidos e a derramar por entre seus canais a doce e angustiante dúvida de si para consigo mesmo, ainda é tempo de perseguir o insondavel desejo de ler, de ler um pensamento que seja proprio em aflições, que balbucia para si mesmo sem fugir disso, mas que, ao contrario, se apoia no questionavel da boa vizinhança dos doentes da vontade, para simplesmente saber das suas proprias lacunas, sua propria vontade, desprovida da massa que enoda o lodo da razão com as coloridas imagens do desejo em comum, por padrões, por desejos em série, sua pedra de toque será o erro, o "erro" de não querer pronto seu proprio desejo.

segunda-feira, 21 de março de 2011

Quem sabe ao certo?

Essa nota de hoje, mas que não é e nem intenciona ser diária, será postada com o intuito de auto indagar-se acerca do "saber convicto", do seu próprio saber e dos saberes próprios de analisar saberes alheios, com ou sem propriedade critica ou simplesmente acerca da opinião setorializada por alguém que por falta de opção, chegou primeiro à luz mais absolutamente publica que existe.
Sabem, por acaso, os que sabem, mais ou menos que outros, que o sabem por acaso? Que os seus saberes se devem a milhares de acasos, de milhões de choques atómicos a se chocarem paulatinamente no "subsolo", espacio-temporal, do marasmo fenoménico da natureza molecularizadora de átomos, sistematizadora de moléculas, organizadora de sistemas e corporeificadora de órgãos, bem como, cunhadora de olhos míopes? Sabem eles que essa mesma cunhadora tem o poder de descunhar o que cunhou, para simplesmente recunhar novamente, sabendo-se la em que molde recunhará?
Não, também não sei, e isso é só mais uma nota de rodapé para se anexar no subsolo mental da matéria "morta", mas que sempre se reagrega e rebrota na eterna cadeia alimentar dos átomos que fundem e que gozam novas orgias de vidas, que talvez tranzem em seres que trazam, e que se chocam agora entre espécies, raças e credos!
Não me tomem como a alguém que vive sob a tutela das nomenclaturas sistemáticas da sociedade de consumo e a repele sem motivo, não se trata disso, mas sim de pensamentos de um jovem homem que ama poder pensar sem medo da "policia", e que acredita que a maior liberdade democrática esta em não ser censurado nem por Deus, afinal cidadania é um conceito puramente humano e digno de respeito divino.

quarta-feira, 16 de março de 2011

Agora a coisa começa a se descoisificar.

Olá a mim mesmo que escrevo nesse meu blog recém parido, é muito revelador poder saber que poderei ler minhas notas em qualquer solo ou subsolo que por ocasião do possível, venha a ter um computador com acesso a net. Bem, isso pode ser pavoroso, pois além de escrever coisas significacionalmente significantes para a minha significação enquanto ser que se auto busca como significado sensório de todos os acessórios que eu e algumas pessoas, me atribui e consequentemente, isso me dará margem para expressar aqui algumas outras modalidades que estão disponíveis nessa acessoreidade que se diz eu, tipo postar uma musica que não é uma musica musicada por alguém que não seja eu, assim também pinturas que não são quadros, e fotos que não são bem um retrato e uma infinidade de coisas que ainda não descoisifiquei e por isso nem sei, honestamente do que se tratará no por-vir, no mais espero ficar contente em ver meu blog bombar aos meus olhos o doce e áspero néctar do meu ócio.