Outro pensamento solto e apartado de quaisquer amarras com os olhos daqueles que o ve, pois graças ao habito de ler algumas pessoas cultivam esse poder indizivel de curiar a mente daqueles que se prestam a escrever, e isso alimenta a curiosidade de quem, ao escrever, espera saber o que pensará um outro ao ler suas letras concatenadas em abrupta baubuciaria de idéias soltas, inseguras e a espera de lampejos, de raios silenciosos que as tire do inócuo aparelho receptor de sensações. E quão excitante, e provocante, e angustiante é a espera, a espera de saber quais as sensações que as mesmas sensações engavetadas no lodo do crânio irão provocar em uma outra poça de massa cefálica, não, tal espera é desproporcional ao empenho, balbuciante empenho de mergulhar na escuridão das sensações já mergulhadas na periferia do lodo logosófico, tudo que se consegue é progetar no que vem de fora, só restando falsear-se no presente. E vem, uma, centenas de imagens a corroer-lhê pelas retinas, pelo timpano e o todo do aparato que vibra e vira-lhê o pescoço para os mais bossais atos de idiotice, e tudo cai no fosso, se misturando a mais algumas dezenas de anos parecido, por que a idiotice é sempre tão parecida? Se almenos mudasse algo na conjuntura das ações, instintivas, racionalistas, ..., há...como seria...!
E se for ler, leia como quem observa para saber se há algum modo de tirar vantagem da situação, não desgaste o composto intelectual com algo que intelectualmente seja sem sangue, sem o eter viciante deixado pelo espirito que passa sangrando em frente sua retina, por entre seu labirinto, a lubrificar seus ouvidos e a derramar por entre seus canais a doce e angustiante dúvida de si para consigo mesmo, ainda é tempo de perseguir o insondavel desejo de ler, de ler um pensamento que seja proprio em aflições, que balbucia para si mesmo sem fugir disso, mas que, ao contrario, se apoia no questionavel da boa vizinhança dos doentes da vontade, para simplesmente saber das suas proprias lacunas, sua propria vontade, desprovida da massa que enoda o lodo da razão com as coloridas imagens do desejo em comum, por padrões, por desejos em série, sua pedra de toque será o erro, o "erro" de não querer pronto seu proprio desejo.
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