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segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

A propósito do Juízo Final.

Todos os anjos cornetam em sol continuo,
ensurdecem as nuvens, e elas se abrem
Deus desce e a terra se parte, os bons flutuam.

O despertar se faz, e os corações se tornam um.
alegram-se, dão graças aos céus, o demônio está morto
e junto com ele as almas que o serviram de entrada à terra.

O final já começou e a sua verdade chegará como um raio inesperado
e todos aqueles que não a suportam se extinguirá como a mentira.
Dê-em graças aos céus e esperem pelo salvador, ele será por ti.

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Iran

Tarde, tão tarde que a aurora mais parecia um crepúsculo.
Distante ao ponto de pensar que estava em outro mundo,
um além muro para o defronte do outro lado, o de lá.

O olhar suave lho acalmava em seu intempestivo pulsar.
E nisso, toda a sua antes dispersa relação consigo mesmo
tornava-se um mar navegável, uma montanha escalável.

Uma suave saliva brotava de sua língua, inundando seu falar.
As letras navegavam em seu pequeno riacho, e em cardumes
diziam-lhê tudo antes do seu falar, e ele nada falava, apenas se contemplava...

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Algo que senti com idéia que pensei.

Aqui, na ladeira pantaneira me aqueço ao "frescor" de um Sol longinquo que mais parece apoiar-se em minhas costas, e longe da Costa tropical que circunda as terras brasileiras, fico às sombras das arvores como um marsupial em sua mãe e nisso busco refresco à minha memória táctil e às vezes me alimento de algum fruto que cai, na redoma da sombra...

Lá na Costa onde os ventos todos assopram como que se quisessem que eu dali saísse, sinto vertigem de sentir as ondas que quebram, sobre minhas costas, e aquele sal que a tudo embota, me tempera para uma morte imaginada e até prevista, mas não, meu santo é mais que mais, e é doce e não me quer sentir salgado, por dentro...

É vão, e tudo está em algum desvendar que soa vã à todos que estão por demais preocupados com o lugar ou o estado externo daquilo que o toca, mas que será não sentir sendo? Não ser sentindo não sei, será pedra isso que imagino ser assim, mas como imaginar-me pedra sendo tanta carne, tanto osso, nervo, células, falatório, male discência e conversa fiada de alguém que me vê e que passa com tão pouco interesse que apenas fala?

Não, não é mais ladeira, costa, sol ou o que seja que não mente instalada em amontoados corpóreos que se sentem, sentem-se diferentemente, eu sinto a pedra coisa pedra e a pedra me sente coisa não ela, ou talvez nem sinta ela coisa alguma ao sentir-me coisa não dura, de dês-perdura e se esvai, sabe-se lá pra ser éter ou memória esquecida que apenas voa e  é feliz.

sábado, 18 de agosto de 2012

Faustico

É dia, à visão tudo se expõe com a clareza do todo que vês,
mas a obscuridade persiste em ser noite, dentro
do ser, da doçura de estar aprendendo, tatear.

Lanterna, lançai uma fresta de luminosa via.
Para que assim, talvez, haja uma conexão entre o
cá do dentro e o lá do dia, sequencialística vinda ida.

Quimérica fantasia de fabular a vida.
que para o dia vos dá a dês-serventia da virgília.
Desdenhando a escuridão que vos acompanha noite e dia.


segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Respiro.

  Lembro-me de um antes que fora bom,
  e que se foi, assim, como memôria que
  esta a pôr nome às datas que virão festeiras.

 E lá, no antes e no depois estás, bela e jovial,
 ausente nesse tempo, que é quando estou presente.
 Mas teu frescor de jasmim flor não me sai do 'sempre'.

 Meu respirar te traz, e você é todo o meu olfato.
 E quando assim, meu nariz é o meu 'todo' a existir,
 e assim passas, como um livro escrito a perfume, no ar.

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Conversa fiada ou a crédito.

Escrever equivale a roer, roer da mente o senso gramatical que a faz ser, por entre as gentes, algo que seja social, mas isso não termina assim, sem poluir a existência com os detritos que caem do cerebro roído, do pensamento dito, por fala ou por escrito, sempre se tem algum resquício que remonta ao monte dos detritos que lubrificam-se na saliva da lingua ou no liquido das meninges que encapam o grosso lodo intra crânio...

quinta-feira, 12 de abril de 2012

O desenterro.

Ele, um alguém qualquer, um dia pronunciou algumas palavras para dizer que nada ia dizer.
Nada, acerca do desenterro da cabra Mafalda, filha alva do bode Nestor, um modelo de bode.
De tão vistoso, Nestor tornou-se um modelo a figurar as capas de livros pseudo secretos, acerca de ritos      ma-cabros.
Porem, como dizia alguém, que talvez seja um 'eu', Mafalda era boa cabra, e por um infortunio,morrerá virgem ao cair de um penhasco lá pelas bandas de Descercado,um des-vilarejo, onde morava apenas os remanescentes do antigo vilarejo de Pedra Cercada, que tinha esse nome por ser uma ilha de solo barroso e muito duro em tempos de seca, e la pelos meados do século passado, Pedra Cercada, por razão da construção de uma usina nuclear, fora des-povoada por uma pretensa "razão de segurança publica", porem, uma vez mais porem, alguns nativos preferiram correr os riscos de uma possivel contaminação, e ali permaneceram, clandestinamente, as "escondidas".
E, voltando ao tragico destino de Mafalda, o qual já se contava alguns meses, meses pelos quais alguém notou um forte traço de tristeza em Nestor, que havia reduzido consideravelmente suas traquinagens de bode saudável, e nisso os troncos que sustentavam os galhos já se revestiam de grossa casca, e nenhuma dentada ou chifradas os incomodavam, pelos menos não até os dias que passaram após o desenterro.
Sim, o desenterro foi a alternativa pensada por Alguém para servir de animação a Nestor, pois pensava alguém que algum traço do cheiro de Mafalda ainda quando vivia, restava nos amontoados que se configuravam, suspeitosamente, em seus restos mortais, em sua cadavérica metamorfose.
E la foi Alguém, com picareta, enxada e pá em uma das mãos que pressionavam-lhe ao peito as ferramentas, e na outra, uma corda que se encompridava até o pescoço de Nestor, o qual era cuidosamente puxado por Alguém. E lá, perto da cerca que cercava a Usina, o desenterro começará, era la o lugar onde Mafalda fora enterrada, e após amarrar Nestor na cerca, jogar ao chão as ferramentas, Alguém preferiu começar o trabalho usando a picareta, e lá se foram vários golpes e algumas gotas de transpiração, e Nestor olhava aquilo sem muita compreensão do acontecido, mas julgava ser algo importante o que alguém fazia, pois nunca na vida de nestor Alguém o havia amarrado uma corda e o conduzida para um lugar tão distante, como se quisesse que visse algo especial.
E apos perfurar uns dois covados, Alguém decide que é hora de usar a pá e abrir caminho para retirar o cadáver, e nesse momento ficou claro aos olhos, o saco preto que envolvia o corpo de Mafalda, e então Alguém ajoelhou-se para agarrar e tira-lo de uma vez, em um  ligeiro movimento, o tal corpo, e nesse instante o peso de Mafalda lhe pareceu o mesmo do dia da morte da cabra, e isso meio que o inculcou, mas não o sulficiente para inspirar-lhe uma teoria acerca do peso dos corpos.
Porem, ao desenssacar a cabra uma notável surpresa enebriou os olhos de Alguém e de Nestor, um brilho de olhar vivo irradiava dos olhos de Mafalda, que ainda se conservava tal qual era quando a cabra ainda era algo vivo, e nesse interim de desenssacar e olhar , Alguém correu e Nestor morreu.