Um cão alado beira a eira do meu telhado, rosna e expurga sua pulgas.
Os caras de sapatos não o podem chutar, e por isso grunem como ienas.
As minas passam e miam a alquimia dos feromônios capitalizados em essências da Victoria Secret.
E o cão vai, voa para mais além, e todos vêem suas chagas sangrarem aos céus.
E como uma borboleta ele voa, bela e suavemente vai o canidio de asas, a sobrevoar
a América do Sul, seus carrapatos caem de vertigem das alturas, e cá embaixo os abutres gargalham.
O cão baila um balé desconcertante, nada mais voa, apenas ele plaina na vastidão.
E de repente ele retorna para a eira, ergue sua pata traseira e demarca seu território,
recolhe suas plumas e assenta seu traseiro no quintal recoberto por folhas e se põe a coçar a orelha.
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