Aqui, na ladeira pantaneira me aqueço ao "frescor" de um Sol longinquo que mais parece apoiar-se em minhas costas, e longe da Costa tropical que circunda as terras brasileiras, fico às sombras das arvores como um marsupial em sua mãe e nisso busco refresco à minha memória táctil e às vezes me alimento de algum fruto que cai, na redoma da sombra...
Lá na Costa onde os ventos todos assopram como que se quisessem que eu dali saísse, sinto vertigem de sentir as ondas que quebram, sobre minhas costas, e aquele sal que a tudo embota, me tempera para uma morte imaginada e até prevista, mas não, meu santo é mais que mais, e é doce e não me quer sentir salgado, por dentro...
É vão, e tudo está em algum desvendar que soa vã à todos que estão por demais preocupados com o lugar ou o estado externo daquilo que o toca, mas que será não sentir sendo? Não ser sentindo não sei, será pedra isso que imagino ser assim, mas como imaginar-me pedra sendo tanta carne, tanto osso, nervo, células, falatório, male discência e conversa fiada de alguém que me vê e que passa com tão pouco interesse que apenas fala?
Não, não é mais ladeira, costa, sol ou o que seja que não mente instalada em amontoados corpóreos que se sentem, sentem-se diferentemente, eu sinto a pedra coisa pedra e a pedra me sente coisa não ela, ou talvez nem sinta ela coisa alguma ao sentir-me coisa não dura, de dês-perdura e se esvai, sabe-se lá pra ser éter ou memória esquecida que apenas voa e é feliz.
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