O rio está lá
mesmo que por ele
nada se dá.
Por mais que a selvageria das cidades o estrangule,
por mais que o atraso das sociedades por onde ele passe
o transforme na extensão de uma existência lixo,
ele continua gentilmente a banhar os corpos, a cozer o presente.
O mesmo rio que durante séculos vem sendo expropriado de suas areias
cotidianamente lavadas em seus milenares milésimos de fluidez,
para que se ergam a aparência urbana da sofisticação falaciosa,
não ganhou o devido respeito de redes integrais de tratamento.
E a imundície humana se introjeta em sua águas,
como vírus mortífero, destroçando seus leitos, sua clareza,
seu 'quê' de aquário.
De forma voraz, em nome do progresso de uns poucos latifundiários,
de alguns industriários e de uma letárgica massa alienada em sê-lós,
morre o rio, pela via vil dos projetos da administração pública,
dos desvios de fluxo, da exploração dessas terras, daquelas gentes, desses rios,
das fontes que se esgotam na comunhão corrupta estabelecida por aqui
sob a mascara do estado truculento que somos nós.
Obrigado Amigo Poeta
ResponderExcluirObrigado Amigo Poeta
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