Deu vontade de escrever uma letra pra você.
Uma que fosse colorida e animada,
que ainda não houvesse sido enquadrada
nas vocábulas gaiolas de gramatica.
Cantarolei, e pelo dia a fora jejunhei, conversa,
fui mudo sem mudar o rumo da prosa alheia que fiu-fiuinhava dos galhos.
Sentei-me sobre a areia de um rio que chuava em tons brados,
e meditei sobre as penas entrelaçadas de uma fênix xavante.
E nada vinha pra mão, só o desejo de editar meus sentimentos sobre os olhos teus.
Mas por toda aquela manhã o sol me evaporou as idéias,
que hora mostrando, hora transformando, me fazia ser só sensação,
daí, o querer se transbordou em mantra, e o gosto de saliva tornou-se em totalidade.
E você, minha cara, agora era apenas glote seca.
Opaca na inexistência de um 'eu' que já não pensava sobre as regras
do adeus que a vontade deu por dia estrebuchado em birras inauditas.
Mas para além dessa margem foi a canoa, presa a madeira que a é.
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